Nos saudosos anos de
TV analógica, muitas lembranças vagam em tempos intercalados e que sempre
retornam como um eterno carimbo cravado
na lembrança das imagens em preto e branco que norteavam nossas tardes de
criança à frente dos destacados telefunken
de grandes válvulas. Os aparelhos de TV da época e de onde ficávamos
dependurados nas janelas dos abastados disputando os melhores lugares. Belos
dias!!
Era de lá. Lá mesmo
das janelas dos "ricos" da Rua Dr. Pedro velho, da Rua do Motor e da
Rua 13 de maio em Santo Antônio/RN que disputávamos um frestarzinha qualquer
para ver se conseguíamos assistir alguma coisa. E às custas de muito torcicolo
e dor nas costas muita vezes conseguíamos. Ah! Tempos inesquecíveis! Cada
centelha que vinha da tela refletia uma esperança imensa. Tolas esperanças de
criança em achar que o mundo poderia ser só de flores. A realidade dos dias que
se seguiram turvou em muito o lampejo de esperança que ameaçava se mostrar. Uma
pena!
Uma doutrina muito
antiga não só minha mas, também de vários meninos da época que às tardes subiam
nas janelas para assistir tudo o que se passava na "telona": Durango
Kid, Ultra Sevem, Robô Gigante, o Zorro(do sargento Garcia), etc.
E bem me lembro, era
no frio de janeiro às tardes uma figura simpática e hilária tomava conta do
horário das 16hs. E entre essas, das imagens que me lembro bem e das mais antigas é a da figura bastante
extrovertida e diferente do saudoso comunicador Jorge Albuquerque de Sá, o
“Jorge Chau”, que apresentava um programa na TV jornal de Recife e talvez retransmitido
pela antiga Tupi, única emissora que, na
época, tinha o sinal captado em nossa
cidade do agreste do RN.
Hoje depois de
passados os anos procurei notícias sobre o apresentador e percebi que a
injustiça e a ingratidão do mundo vive sempre presente e que circunda a tudo e
a todos.
Hoje programas como
os de Raul Gil, Ratinho,etc tem um estilo muito parecido com os seus programas
da época, porém sem o pioneirismo requintado de outrora.
Ed Cavalcante de Recife sintetiza bem a ingratidão das pessoas diante de uma pessoa que fez história na TV brasileira.
"Jorge Chau morreu
pobre e esquecido, no dia 21 de Janeiro de 2002, aos 85 anos, no Recife. Nem
mesmo nos programas locais ele aparecia. Essa, segundo os amigos mais próximos,
era a sua maior mágoa. Vasculhei o Youtube à procura de imagens dos hilários
programas dele, mas nada encontrei. Infelizmente, a riquíssima história da TV
Jornal se perdeu no tempo devido aos problemas econômicos que a emissora
enfrentou na década de oitenta. Uma pena. Ao grande Jorge Chau, meus respeitos!"
Por: Claudianor C. Bento
Imagem:jornalied
Aparelho Telefunken 1974
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