terça-feira, 15 de julho de 2014

Jornal argentino diz que "brasileiros sofrem de Síndrome de Estocolmo" e que falta dignidade a brasileiros que celebram derrota argentina na copa

Um dia após a final da Copa, o jornal argentino Olé provocou os brasileiros que festejaram a derrota da seleção de Alejandro Sabella no Maracanã. "Você não tem dignidade", titulou o jornal, em português. O periódico, conhecido por dar gás a provocações de arquibancada, sugeriu que os brasileiros sofrem de "síndrome de Estocolmo" por terem torcido pela Alemanha, a equipe que atropelou os anfitriões na semifinal por 7 a 1.  

Fonte: copadomundo.uol.com


Quem tem razão? Quem tem ressentimentos?

Semeando a intriga e espalhando a inimizade entre as tribos vizinhas, poucos europeus “civilizados” dominaram, escravizaram e aniquilaram facilmente populações inteiras de nativos na América recém descoberta nos séculos XV e XVI.
Vizinhos unidos ficam mais fortes e resistentes e entrar nessa onda de disputa regional só temos a perder. Começa no esporte e quem garante que num futuro próximo não se generalizará para outros setores.

Acalmem os ânimos, esqueçam atitudes tolas o que vale de fato é o desenvolvimento da nossa região, afinal, sonhamos com o  caminho do Desenvolvimento, da Saúde, da Educação e do bem estar social do nosso povo e isso eles não nos darão e se ficarmos eternamente com essas picuinhas seremos eternamente apertadores de botões. Na famosa fábula de Esopo que diz: " o graveto isolado se quebra fácil, unidos e atados, dificilmente de quebrarão". Fica a lição! (Claudianor D. Bento)


Afinal, o que vem a ser a Síndrome de Estocolmo.

Síndrome de Estocolmo é o nome dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor. A síndrome de Estocolmo parte de uma necessidade, inicialmente inconsciente.





A seguir um texto de Mariana Araguaia

Em uma manhã de agosto de 1973, dois assaltantes invadiram um banco, o “Sveriges Kreditbank of Stockholm”, em Estocolmo, Suécia. Após a chegada da polícia, resultando em uma considerável troca de tiros, tal dupla transformou em reféns, por seis dias, quatro pessoas que ali se encontravam.

Ao contrário do que se poderia imaginar, quando os policiais iniciaram suas estratégias visando à libertação dos reféns, esses recusaram ajuda, usaram seus próprios corpos como escudos para proteger os criminosos e, ainda, responsabilizaram tais profissionais pelo ocorrido. Um deles foi ainda mais longe: após sua libertação, criou um fundo para os raptores, com o intuito de ajudá-los nas despesas judiciais que estes teriam, em consequência de seus atos.

Tal estado psicológico particular passou então a ser chamado de “síndrome de Estocolmo”, em homenagem ao referido episódio. Ao contrário do que se imagina, ele não é tão raro quanto pensamos, e não se resume somente a relações entre raptores e reféns. Escravos e seus senhores, sobreviventes de campos de concentração, aqueles submetidos a cárcere privado, pessoas que participam de relacionamentos amorosos destrutivos, e até mesmo algumas relações de trabalho extremas, geralmente permeadas de assédio moral; podem desencadear o quadro. Em todos esses casos, são características marcantes: a existência de relações de poder e coerção, ameaça de morte ou danos físicos e/ou psicológicos e um tempo prolongado de intimidação.

Nesse cenário de estresse físico e mental extremos, o que está em jogo inconscientemente é a necessidade de autopreservação por parte do oprimido, aliada à ideia, geralmente errônea, de que, de fato, não há como escapar daquela situação. Assim sendo, ele inicialmente percebe que somente acatando as regras impostas é que conseguirá garantir pelo menos uma pequena parcela de sua integridade.

Aos poucos, a vítima busca evitar comportamentos que desagradem seu agressor, pelo mesmo motivo pontuado anteriormente; e também começa a interpretar seus atos gentis, educados, ou mesmo de não violência como indícios de uma suposta simpatia da parte dele a ela. Tal identificação permite a desvinculação emocional da realidade perigosa e violenta a qual está submetida.

Por fim, a vítima passa a encarar aquela pessoa com simpatia, e até mesmo amizade – a final de contas, graças à sua “proteção”, ela ainda se encontra viva. No caso de pessoas sequestradas, mais um agravante: tal indivíduo é geralmente a sua única companhia!

Para exemplificar, temos o que Natascha Kampusch, a austríaca que viveu em cativeiro por oito anos, escreveu em seu livro (3.096 Dias, Verus Editora):

“Eu ainda era apenas uma criança, e precisava do consolo do toque (humano). Então, após alguns meses presa, eu pedi a meu sequestrador que me abraçasse”.

Vale frisar, no entanto, que a referida pessoa, assim como muitas que passam por essa situação e se comportam tal como foi dito, não se identifica com o quadro descrito neste texto, afirmando que “ninguém é totalmente bom ou mau” e que “aproximar-se do sequestrador não é uma doença; criar um casulo de normalidade no âmbito de um crime não é uma síndrome - é justamente o oposto: é uma estratégia de sobrevivência em uma situação sem saída”.

Na maioria dos casos, mesmo após sua libertação, a vítima continua a nutrir um sentimento de afeição por tal pessoa. Um exemplo clássico é o de algumas mulheres que sofrem agressões de seus esposos e continuam a defendê-los, amá-los e a justificar suas agressões.


Por Mariana Araguaia
Bióloga,

Equipe Brasil Escola

Imagens ilustrativas




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