sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Militão de Azevedo: O Fotógrafo que retratou São Paulo no Século XIX

Rua da Quitanda (Militão Augusto de Azevedo)
Foi por abrigar o primeiro mercado de frutas da cidade, no século XVI, que a Rua da Quitanda, no centro, ganhou esse nome. Em 1887, quando o fotógrafo Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) clicou a imagem acima, pepinos e bananas tinham dado lugar a vários empreendimentos comerciais. A partir do dia 25, a Caixa Cultural (Praça da Sé, 111, tel.: 3321-4400) exibe esta e outras 24 fotos de Azevedo na mostra Memória da Cidade — São Paulo Antes e Depois dos Arranha-Céus. Suas imagens serão confrontadas com registros recentes do fotógrafo Renato Suzuki e ilustrarão um curso sobre a história da cidade. (Vejasp.abril.com)

Militão Augusto de Azevedo (Rio de Janeiro, 1837 — São Paulo, 1905) é considerado um dos mais importantes fotógrafos brasileiros da segunda metade do século XIX.

Desenvolveu paralelamente as carreiras de ator e fotógrafo, atuando na Companhia Joaquim Heleodoro (de 1858 a 1860) e na Companhia Dramática Nacional (de 1860 a 1862), com quem se mudou para São Paulo aos 25 anos de idade. Ainda na década de 1850 trava conhecimento com os proprietários do ateliê Carneiro & Gaspar, para o qual passa a trabalhar como retratista. A experiência de Militão no teatro exerceu uma influência importante em seu estilo de fotografar. Enquanto outros fotógrafos da época dedicavam-se primordialmente ao maior mercado da época, o de retratos, nota-se que ele levou a efeito uma liberdade artística e criativa bastante exclusiva ao escolher a paisagem urbana como alvo de seus registros.
Cria o estúdio Photographia Americana em 1875, onde, além de figuras ilustres como Castro Alves, Joaquim Nabuco, Dom Pedro II e a Imperatriz Teresa Cristina, recebe uma clientela mais popular do que a dos demais estúdios instalados em São Paulo. Inclusive o preço cobrado pelas fotos era um dos mais baratos da cidade: cinco mil réis, o equivalente ao preço de cinco passagens para a Penha. A localização do ateliê, em frente à Igreja do Rosário, frequentada principalmente pela população negra, provavelmente explica a grande quantidade de negros fotografados, bem como a maneira em que estes aparecem nas fotos, não como escravos, mas como cidadãos comuns. Muitos outros registros mostram também coristas e artistas de teatro.
Apesar da popularidade cada vez maior do mercado fotográfico, em 1884, enfrentando sérios problemas comerciais, Militão decide colocar o Photographia Americana à venda, o que leva a efeito em 1885, leiloando seus móveis e equipamentos e viajando para a Europa. Provavelmente influenciado pela febre dos álbuns mostrando as cidades européias, tem a idéia de produzir um álbum focado nas mudanças da vista urbana da cidade de São Paulo.
Em 1887, Militão divulga o "Álbum Comparativo de Vistas da Cidade de São Paulo (1862-1867)", definindo um modelo para o estilo de fotografia paisagística urbana com enfoque na comparação entre épocas distintas. Realizou outros álbuns da mesma espécie, destacando-se entre eles "Vistas da Cidade de São Paulo" (1863), "Álbum de vistas da Cidade de Santos" (1864-65) "Álbum de vistas da Estrada de Ferro Santos Jundiaí" (1868) e "Álbum Comparativo de Vistas da Cidade de São Paulo (1862-1887)" (1887).
Em 1996 a coleção de mais de 12.000 fotos produzidas por Militão de Azevedo é adquirida pela Fundação Roberto Marinho e doada ao Museu Paulista da Universidade de São Paulo.

Algumas fotos de Militão de Azevedo

Linhas de bonde
Rua das casinhas
Av. paulista, 1902
 Vista em direção ao Largo de São Francisco

Rua da Glória
 Faculdade de Direito
Rua da Constituição

Fonte:Wikipédia

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